quinta-feira, 30 de outubro de 2008

da série: monólogos inúteis

Um amigo meu uma vez me disse: "você é uma represa! Acumula raiva e de repente sai transbordando pra todo lado". Acho que isso é uma das coisas mais engraçadas e mais verdadeiras que ele já disse sobre mim, e bem... quem já me viu com raiva sabe como eu tendo a jogar minhas farpas pra todo lado por coisas aparentemente banais (para os outros). Eu não acumulo só raiva, mas também expectativas e às vezes opiniões - se eu ainda não te disse algo aparentemente sem sentido e sem contexto, um dia eu vou dizer. É que eu acumulo juízos de valor e de repente falo "olha, eu acho isso" - sendo que o timing do assunto já se foi a muito tempo e tal. Enfim, a segunda parte do parecer desse meu amigo era o fato de ele ser uma pessoa que sente ódio e eu sinto raiva: isso quer dizer que ele odeia por muito tempo, e eu tenho uma incapacidade crônica de sentir raiva depois de expressar minha fúria. A não ser que a pessoa seja realmente escrota e eu sinta nojo da cara dela e tal, eu nunca soube ficar "de mal" de ninguém. Isso me expõe a situações ridículas, do tipo pedir desculpas mais do que necessárias e, por sentimento de culpa, ser sempre o lado que dá o braço a torcer. Às vezes acho que isso é um defeito de formação (provavelmente decorrente do meu pai ter saído de casa e blablabla - OI EU ESTOU SENDO IRÔNICA - whatever). Talvez eu faça isso porque reprove mais atitudes do que pessoas - aprendi com titio weber a separar as esferas da vida social, pelo menos nesse sentido. De toda forma, o resto do mundo demora a compreender isso e eu tenho que ficar me explicando o tempo inteiro (oi, como se eu já não fizesse isso). Mas okei, talvez eu seja ofensiva. Na verdade, a depender do caso, eu sou cruel. Mas isso fica para outro monólogo, quando for o caso, porque sim, tô escrevendo tudo isso porque estou com raiva no momento e queria imaginar uma forma realmente racional de lidar com isso.

Ouvindo Stars - Look up

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

desapega


I don't love you anymore. Goodbye.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ahazada

Sério. Fiquei realmente triste com o fato de o Gabeira não ter ganho pq era a única disputa eleitoral com que eu me importava de fato.
De toda forma, acá em Bêagá, entre a prepotência política de um oportunista metido a esperto e a prepotência de um grupo político metido numa aliança ridícula, acabei ficando com essa última. Oscilei até o fim entre votar ou não em nulo mas por fim achei que, dentre as escassas opções possíveis, o Quintão era a pior.

No mais,

- quem foi o burro que inventou essa história de monografia? só queria que a geração inteira do romantismo argentino tivesse morrido no anonimato.
- cansei de gente pau no cu. okei, só estou irritada. comigo mesma e com outras pessoas. cadê o manual de convívio social, pufavô?

Ouvindo Beirut - Postcards from Italy

sábado, 25 de outubro de 2008

escolha (eleitoral) difícil

senhor Pimentécio ou senhor Deus-está-comigo-e-dá-pra-fazer?


Na verdade minhas opções tem oscilado entre votar nulo ou votar na falsa esquerda. De início eu tendia a concordar com o João, que disse que embora fosse votar nulo sentia uma pequena coceirinha pra votar no Quintão só pq queria que o Pimentel sifudesse. Eu tb quero. Mas depois fiquei pensando na lista de coisas que todo mundo anda esbravejando que a cidade tem a perder com isso, e bem... não é de se duvidar, tendo em vista o passado político do moço Quintão e a própria forma como ele se apresenta. Ora bolas, não dá pra esperar que alguém que queira ser levado a sério fique forjando sotaques e trejeitos de acordo com a situação em que se encontra. Mesmo assim, eu resisto a votar no Lacerda porque me deu nojinho da prepotência política do grupo que está por trás dele em achar que poderiam jogar qq cara lá e a cidade aplaudiria. No fundo eu tenho a esperança ingênua de que se as coisas chegarem a ser ruins de fato poderia surgir daí um movimento de melhora; em suma, a esperança de que, em se ganhando o Quintão, as coisas vão piorar tanto que o próximo prefeito vai ser um cara bacanão e coisa e tal. Mas eu sei que isso é inocente, e que é provável que, se o Quintão estragar tudo como promete que vai estragar, o mesmo grupo de agora volte pra prefeitura e, pior, com mais legitimidade em função das caquinhas desse peemedebista.

Fuck.

Que percam os dois.


Ouvindo Stars - My favourite book

terça-feira, 14 de outubro de 2008

divagações sobre o nada e outras histórias

Brasilzão do meu corazón (ou escassos leitores do blog, hahaha). Bem sei que não ando frequente por aqui, embora tenha pensado em mil formas diferentes de atualizar essa budega. Mas ou a inspiração ou o ânimo me faltam, ao mesmo tempo em que cresce proporcionalmente o sentimento de culpa por gastar tempo (cada vez mais escasso) aqui - e quando digo "aqui" não me refiro apenas ao meu blog, mas também às visitas aos blogs alheios e a diversão (e a surpresa) ilimitadas de vasculhar blogs aleatórios por aí. Mas todos bem sabem que ando preocupada com a monografia (Francisco Bilbao, senhoras e senhores, é o nome do homem que me tira o sono ultimamente). E consequentemente ando especialmente dramática e birrenta. Ok, Lívia, você venceu: sou dramática mesmo, está em mim, não adianta tentar fazer "workshops de superação" hahaha. Ademais, reclamar tem sido meu esporte preferido - às vezes penso que sou uma alma de 80 anos aprisionada em um corpo de 23. SÉRIO. Só pra dar um exemplo, no sábado teve uma festa de 15 anos em Mariana. E todo mundo sabe da falta de criatividade das festas e bailes dos últimos tempos: primeiro todo mundo bebe, depois todo mundo dança música decadente (tias e primos dançando funk, coreografias que dão vergonha alheia, etc), e depois todo mundo coloca apetrechos distribuidos pelos garçons (anteninhas, óculos coloridos). É sempre assim, antes era divertido mas.. oi, toda vez? Alguém avisa que cansou? Bem, eu acompanhei as três etapas, mais sentada do que dançando com a galere, e depois de encher a cara de whisky (só faltou pedir ao garçom pra tocar Cauby, gente) eu constatei que só havia três horas que eu tava naquela festa. "Quê?? Vou dormir, me acorda depois", foi o que eu disse pra minha prima. E dormi mesmo. E esse é mais um exemplo da minha rabugisse dos últimos tempos (disfarçada aos mais desavisados pelo que a Laura chama de "falsa simpatia", porque ela fica puta em constatar como as pessoas confiam em uma menina risonha! hahahaha!).
Ok, nem tudo é assim. Mas um post alegrinho fica para os próximos dias.

Ouvindo Camille - Assise

E em tempo: agradecimentos ao anônimo que me cobriu enquanto eu dormia no sofá da festa, porque a solidariedade humana é uma coisa bonita.