Mudei de tema de mestrado pq o tema anterior era teorico demais, e além do mais eu nao conseguia mais ficar falando de uma "França revolucionària" que hje nao é mais a sombra de si mesma. Um novo tema, que nao tinha nada a ver com o que eu tinha estudado antes, que era quase uma outra àrea, com bibliografias BASICAS que eu nunca tinha lido e referências que eu ainda sequer conheço. Leituras que nao me deixavam ler direito as leituras indicadas nas minhas aulas, e nossa, eu tenho muitas aulas, e trabalho ao mesmo tempo. Jah deu pra perceber que eu tô me fazendo de coitada? Dai assim, nossa, eu nao devia ter mudado de tema pq 1 ano é muito pouco pra fazer uma boa dissertaçao, e ademais tinha 3 anos que eu estudava o tema anterior! E nossa, pensando bem a academia é uma b** mesmo, quê que eu tô fazendo aqui, olha esse povo que vive numa bolha e que nao entende nada da vida real. Tudo isso é culpa da nossa forma de construir o conhecimento, e como assim ainda se fala em universalismo?, esses teoricos franceses falam muito dificil, é um saber produzido para se auto-reproduzir. E olha essas teorias sobre o sujeito? O sujeito soh pode ser aquele que nasceu na modernidade, capaz de reflexividade e etc... quer dizer que nos, bonitoes da bala chita, somos os unicos a produzir reflexao sobre nossa propria sociedade? *dai eu começo a namorar a antropologia e a arrumar desculpas pra ler Sahlins ao invés de ler o que eu jah deveria ter lido hà um mês atràs*.
Pensando bem, a culpa é do Ocidente. E olha ai o Sahlins pra concordar comigo!
Foi tudo um grande erro. Minha modesta conclusão é que a civilização ocidental tem sido largamente construída sobre a idéia equivocada da "natureza humana". (Por favor, desculpem; foi tudo um erro.) É provavelmente verdade, todavia, que esta idéia equivocada da natureza humana ponha em perigo nossa existência.
(Sahlins, 2007)
Esse mau-humor que se retroalimenta é uma maneira de lidar com a crise de "o que eu faço depois desse mestrado?", mas tb nao é soh isso, é tb um enorme saco-cheio de faculdade, aula, leituras por obrigaçao, e de um sistema que eu vejo cada vez menos como o meu. Dai eu penso em mim mesma aos 18 anos e meu discurso "eu nao vou fazer o que dà dinheiro, eu vou fazer o que eu gosto" e penso no que aconteceu de là pra cà. Talvez o que aconteceu é que o capitalismo tenha vencido (no caso, me vencido). Ou que nao quero dinheiro, eu soh quero amar seja um privilégio pra poucos, detentores de capital (seja aquele, econômico mesmo, seja aquele, acadêmico, das pessoas que parecem seguir trajetorias retilineas e sem desvios na universidade. Claro que muitas vezes os dois estao juntos, mas nem sempre). Ou talvez o problema nao seja aquela môme de 18 anos, mas esta de 25.
E eu nao sei como terminar esse texto, nem essa questão, tao interminàvel, et alors?