Enfim, desde entao eu tenho um certo fascinio pelas obras da Camille, embora soh tenha assistido o filme de novo esses dias. E gente, tem como nao pensar naquela tal de "questao de gênero" depois de ver o filme? Uma boa parte do que a Camille passou tem a ver com o fato de ela ter sido marginalizada por ser mulher, solteira, escultora, e amante do Rodin... aliàs o Rodin foi o bonitao da bala chita da historia: tipico caso de macho que fica em cima do muro e fuodasi, né, ele nao tem nada a perder mesmo. Claro que a Camille ficou meio louca antes de ser internada, mas nada que justifique ter sido internada (e por trinta anos! dà calafrios pensar nisso...). Ademais, a piraçao dela foi um processo decorrente dos acontecimentos... Mais um desses
tantos casos de mulheres de gênio que sao sufocadas pelos preconceitos, pelo machismo, pela hipocrisia familiar (e aquela familia dela também foi de lascar, perto deles o Rodin é um amador!). E a gente olha pra Historia - com H maiusculo - e se surpreende que a esmagadora maioria dos artistas/escritores/etc sao homens. A Camille é um caso conhecido, mas como diria a Virgina Wolf, "quantas mulheres foram Shakespeare e nao puderam ser Shakespeare?". A citaçao é de memoria, entao provavelmente està errada... Mas o que a Camille tem de fascinante (e de tocante) pra mim é que além da historia particular que ela viveu (e que jah é alguma coisa), ela também faz pensar em quantos outros nomes e obras de mulheres foram soterrados sem que a gente venha um dia a ter conhecimento.
*O titulo do post vem de uma carta que a Camille escreveu do hospicio pro irmao, Paul, e que termina por "... De sua irmã no exilio"